quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Metodologia do Ensino Sofistico e a EAD

Metodologia do Ensino Sofistico e a EAD



A preocupação do Homem com o ensinar e o aprender existe desde a Antigüidade Clássica, com os filósofos gregos. Assim, escolhemos como ponto de reflexão filosófica, em particular a que se refere à transmissão de saber iniciada pelos sofistas.

Aquele que possuía o saber, o sábio, na Antigüidade era denominado Sofista. Os sofistas se posicionam como detentores do saber. Contudo se comprometem não com a verdade, mas sim com a opinião. Em seus discursos, os sofistas apóiam-se sobre julgamentos de valor comuns, com o objetivo de criar sobre eles um consenso e gerar adesão.

Os Sofistas foram os nossos primeiros professores. Fazendo uma analogia com o modelo contemporâneo, a transmissão do saber sofístico corresponderia ao modelo da conferência e da assembléia. Os Sofistas eram os conferencistas. Procuravam provocar reações prazerosas nos espectadores, utilizando técnicas de sedução a fim de transmitir conhecimentos. O discurso sofístico se apóia na presença do orador para induzir o espectador, por meio de sugestão, à reprodução do pensamento.

O discurso pronunciado pelos sofistas era uma espécie de espetáculo, cujo objetivo era a glória do orador, juntamente com o prazer causado nos espectadores. Para tanto, eles usavam a técnica da retórica como arte de falar em público. Um exemplo disso é o “Elogio à Helena”, de Górgias, transcrito por Barbara Cassin.

São, então, os fundamentos da sua ação: a opinião; o jogo de linguagem; a presença do orador; o prazer receptivo do espectador.

O prazer causado no espectador, um dos elementos básicos do discurso sofístico, tem, como fundamento, a emoção. Quanto mais emoção, mais sujeição à sugestão. A sugestão é induzida pela figura do orador; um orador carismático pode sugestionar multidões. Assim, partindo dessa premissa, o sofista trabalha com a presença do orador e com o prazer que seu discurso pode despertar em seus espectadores - apoiando-se na opinião e nos jogos de linguagem.

Ao amparar sua ação a partir de jogos de linguagem, o sofista utiliza o logos, a palavra, com o objetivo claro de sugestionar o espectador a admitir o que ele, sofista, quer. Dessa forma, o espectador é induzido a reproduzir o logos sofístico e nada mais. O público é, desse modo, seduzido pelas belas palavras de um eloqüente orador que pode sugerir o que bem quiser a esse público receptor. Por conseguinte, sugestão e sedução apresentam-se profundamente ligadas – aquele que seduz pode sugerir.

Os sofistas partiam do pressuposto de que já possuíam o conhecimento a ser transmitido. Os sofistas, a partir da experiência diária, produzem seus conhecimentos e suas afirmações. Sofistas destacados, como Protágoras e Górgias, estão preocupados em transmitir os seus conhecimentos, em esclarecer as mentes, enfim, em alargar as possibilidades da vida em sociedade. Para isso, questionam tudo. A preocupação em propagar o saber foi um dos aspectos positivos da cultura sofística, a partir da qual a educação e a democracia foram valorizadas.

Para essa postura de mestre Sofista o principio é o da explicação. Na contemporaneidade essa postura do mestre que vai ensinar o que o aluno deve aprender, gera no aluno, uma atitude passiva diante do processo de aprendizagem, essa postura do mestre causa um papel inibidor nesse processo. Os que foram frutos da educação tradicional (mestre), de uma educação moldada do quem ensina e do quem aprende, romper com esse processo é complicado por causa da própria formação. A postura dos mestres Sofistas distancia da postura do mestre na contemporaneidade (EAD).

Na contemporaneidade o mestre encaminha o aluno para utilizar sua própria inteligência e a emancipação se dá quando cada um toma ciência de sua capacidade intelectual e decide usá-la.

Na EAD a busca é uma busca coletiva. O conhecimento se dá na busca. Essa postura é uma postura de superação de modelos pedagógicos em que o aluno é receptor de conhecimento.

Alexon Silva Tavares
Carla Thomé
Cláudia Mendes da Costa
Luciana Mazioli
Mary Jane Alves Tavares
Neila Santos Brandão
(Alunos do Curso de Especialização em Filosofia e Psicanálise - UFES / Pólo - Cachoeiro de Itapemirim -ES)

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