sábado, 10 de julho de 2010

Filosofia e Psicanálise Lacaniana


Tarefa da semana - 16 - 22 de Junho 2010

Com relação à questão do saber, podemos nos indagar o que quer dizer e o que está implicado nisso, quando se diz que se sabe algo. O que quer dizer saber algo? Sei que um determinado objeto, por exemplo, é uma cadeira, porque disponho, previamente, de um sinal, de um signo, de um significante que me permite nomear e re-identificar o objeto e, assim, trazê-lo para meu mundo. O nome permite, assim, re-identificar objetos. Mas o nome, em relação ao nome próprio e único do sujeito não permite a esse mesmo sujeito a re-identificação do objeto referente ao nome, posto que não há objeto exterior que possa ser objeto de operação de re-identificação.
O espaço do saber se constitui numa operação na qual o objeto re-aparece, via palavra, via signo, via significante, não é possível a produção de um saber sobre o modo próprio de existência de um sujeito portador de um nome próprio. Dessa forma, para o humano-ser, a linguagem re-constrói o diverso, o universo do conjunto das metonímias empírico-oftálmicas, numa fictícia unidade transcrita para uma ordem conceitual. Enquanto o olho humano olha para fora, para o mundo objetivo e empírico, a linguagem incorpora o fora para dentro de si mesmo do sujeito, re-construindo o sentido daquilo que é visto, produzindo e doando, assim, um sentido ao mundo. Assim, o sentido é construído em função da possibilidade de possessão da linguagem.
O homem possui a linguagem como possibilidade de produção dessa mediação em relação ao real, ao mesmo tempo em que, pela impossibilidade de produzir um saber sobre a amplitude dessa eficácia, que ele apenas detecta e compreende como funcional, parece-nos ser possível pensar que é a linguagem que efetivamente possui o homem “algo conduz o homem sem que ele saiba”.A partir dessa aporética posição, como compreender e, enfim, construir, um estatuto para a relação da linguagem com a filosofia e sua atividade discursiva de “escanear” e “digitalizar” o Real, para produzir dele uma edição definitiva?
Compreendendo que é o objetivo milenar e insone da filosofia produzir um saber definitivo, um saber de totalidade, um saber sobre a realidade, um saber sobre o ser. A existência da linguagem enquanto topos já metafórico, e a existência do humano a partir de estar ancorado na plataforma da linguagem, representariam e significariam que o humano constitui-se numa metáfora do significante. Essa compreensão retifica e amplia aquela perspectiva ingênua de que a linguagem surge da expressão de uma necessidade que se encontraria no interior do indivíduo, da qual a linguagem, enquanto momento exterior, seria a mostra dessa suposta necessidade interior. Se assim o fosse, estaríamos nos movendo num nível onde haveria uma correspondência biunívoca entre o signo utilizado pelo falante, a linguagem, e de outro lado, o referente, no caso, aquela suposta necessidade interna. Como exemplo disso, poderíamos supor que para alguém, acometido pela fome, signo e sinal fisiológico de um déficit protéico, por exemplo, a linguagem deveria expressar exatamente as gramas daquela necessidade protéica e fisiológica.
A psicanálise de Lacan descobre o caráter ontológico da existência da linguagem em relação ao anthropos, atribuindo à linguagem um topos metafórico, porém, condição de possibilidade do anthropos em sua própria condição e caracterização como humano. Para a teoria lacaniana é a linguagem que humaniza, e não o homem que é humano. O modo de existência e de insistência do humano constitui-se, a partir daí, numa insistência metafórica junto ao significante que, como metáfora, não diz a coisa mesma que o objeto a que se refere. A operação produzida pela eficácia da metáfora quer nos dizer que o humano foi transportado de um locus meramente biológico, desprovido de significado em si mesmo, para um topos metafórico, substituto deste, de cunho e estrutura referida à linguagem, onde o sujeito é suportado pelo símbolo e não mais pela carne e pela biologia.

Mídias na Educação: convergência das mídias

As discussões sobre a presença das tecnologias da informação e comunicação na educação estão sendo ampliadas a cada dia. A mídia enfoca aspectos legais, experiências, práticas pedagógicas entre outros temas ligados a esse assunto.
Atualmente estamos inseridos num mundo onde a tecnologia se faz cada vez mais presente, onde vem exigir do educador um posicionamento de participação efetiva nesse novo cenário de convergência midiática, como também terá que assumir uma postura reflexiva e investigadora de sua ação pedagógica, onde o grande desafio é fazer a integração das diferentes mídias ao currículo escolar através de trabalhos com projetos dentro duma abordagem interdisciplinar.
A convergência digital, como toda tecnologia, não é boa ou ruim, mas é uma ferramenta. O uso que se faz dessa tecnologia é o que determina suas características. Por ora, o que se pode constatar é que dispositivos que implementam a convergência digital estão cada vez mais presentes nos lares e na vida das pessoas. Que tipo de problemas essa nova tecnologia pode causar – tais como obesidade, excesso de trabalho, síndrome de pânico ou outras consequências –, ninguém ainda pode predizer.
No entanto, usando as palavras de Albert Einstein, “não podemos solucionar problemas usando o mesmo tipo de raciocínio que usamos quando os criamos”. A convergência digital é uma nova realidade, mas como a arte imita a vida, saberemos lidar com ela.
Carla Thomé, Cláudia Mendes, Luciana Moreira, Mary Jane e Neila Brandão.

Vídeo: http://il.youtube.com/watch?v=tLGlnvBAgvs

O que são as Redes Sociais na internet?

Redes Sociais na Internet são as páginas da web que facilitam a interação entre os membros em diversos locais. Elas existem para proporcionar meios diferentes e interessantes de interação, com o objetivo de conectar pessoas e proporcionar a comunicação e, portanto, utilizar laços sociais.
A Análise de Redes Sociais surgiu como uma técnica chave na sociologia moderna. Esta tem, também, vindo ser aplicada e desenvolvida no âmbito de disciplinas tão diversas como a antropologia, a biologia, os estudos de comunicação, a economia, a geografia, as ciências da informação ou a psicologia social.
A ideia de rede social começou a ser usada há cerca de um século atrás, para designar um conjunto complexo de relações entre membros de um sistema social a diferentes dimensões, desde a interpessoal à internacional. Em 1954, J. A. Barnes começou a usar o termo sistematicamente para mostrar os padrões dos laços, incorporando os conceitos tradicionalmente usados quer pela sociedade quer pelos cientistas sociais: grupos bem definidos (ex.: tribos, famílias) e categorias sociais (ex.: género, grupo étnico) e alguns acadêmicos que expandiram e difundiram o uso sistemático da Análise de Redes Sociais.
Redes Sociais na Internet são relações entre os indivíduos na comunicação mediada pelo computador. Esses sistemas conectam pessoas que possuem os mesmos interesses pessoais ou profissionais, facilitando a sua conexão e interatividade. É uma página em que se pode publicar um perfil público de si mesmo – com fotos e dados pessoais – e montar uma lista de amigos que também integram o mesmo site. Como em uma praça, um clube ou um bar, esse é o espaço no qual as pessoas trocam informações sobre as novidades cotidianas de sua vida, mostram as fotos dos filhos, comentam os vídeos caseiros uns dos outros, compartilham suas músicas preferidas e até descobrem novas oportunidades de trabalho. Tudo como as relações sociais devem ser, mas com uma grande diferença: a ausência quase total de contato pessoal.
Os sites de relacionamentos, como qualquer tecnologia, são neutros. São bons ou ruins dependendo do que se faz com eles. E nem todo mundo aprendeu a usá-los a seu próprio favor. Os sites podem ser úteis para manter amizades separadas pela distância ou pelo tempo e para unir pessoas com interesses comuns. Na internet, é fácil administrar uma enorme rede de contatos, com pessoas pouco conhecidas, porque estão todos ao alcance de um clique. A lista de amigos virtuais é uma espécie de agenda de telefones, com a vantagem de não ser necessário ligar para todos uma vez por ano para não ser esquecido. Basta manter o perfil atualizado e acrescentar à página comentários sobre, por exemplo, suas atividades cotidianas. Isso cria um efeito conhecido como "sensação de ambiente".
Grupo: Carla Thomé Guarçoni, Cláudia Mendes da Costa, Luciana Moreira Mazioli, Mary Jane Alves Tavares, Neila Santos Brandão

Social Networking in Plain English

Atualmente, existem vários sites da Rede Social que operam mundialmente. Para você entender melhor qual é o conceito que move essas Redes Sociais, veja este vídeo que chama a atenção pelo conteúdo e também pela criatividade da produção, extremamente simples, porém com ótimo efeito de entendimento.

Mídias na Educação: convergência das mídias

Tarefa da Semana - 30 junho - 6 julho

O tema convergência tecnológica e convergência das mídias pode remeter a vários significados e seus produtores, como por exemplo o rádio, a televisão e situar toda a evolução tecnológica a partir disso. Também os celulares, os palm topsPalm tops são computadores de mão (com processador, sistema operacional, memória, tela), bastante usados como agenda eletrônica. Além de entrada para cabo USB, que permite ao usuário receber ou enviar dados e informações a outro computador, os mais modernos possuem tecnologias de conexão, GPS (instrumento de navegação por satélite) e funções multimídia, como MP3 e câmera digital. e tantos outros dispositivos derivados das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) pertencem ao que denominamos novas tecnologias. e tantos outros dispositivos derivados das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) pertencem ao que denominamos novas tecnologias.

A convergência das mídias, com a integração da computação com as telecomunicações, a captura e difusão de informações e a Internet possibilitam a adaptação dos meios de comunicação à nova mídia digital; elaboração de leis que reduzam as barreiras que limitam o uso de novas tecnologias pelas empresas de mídias; surgimento de novos produtos e novos modelos de negócios; surgimento de empresas de comunicação de pequeno porte, com conteúdos mais alternativos, criativos e inovadores; surgimento de uma nova forma de pensar e de estar no mundo, ou seja, de uma nova lógica de raciocínio, caracterizada pelo desenvolvimento simultâneo de diferentes habilidades e da capacidade de múltipla atenção nos indivíduos; dissolução dos limites de tempo e espaço, permitindo o acesso a conteúdos e informações a qualquer hora e em qualquer lugar; construção coletiva e rápida disseminação e compartilhamento do conhecimento e da informação, potencializando o poder comunicacional; criação de novas atividades profissionais e de novos empregos; favorecimento de acesso rápido e seguro a bens e serviços, à informação, à educação, à saúde e à justiça, entre outros direitos do cidadão; surgimento do conceito de jornalismo colaborativo, tirando os leitores da posição de meros consumidores passivos para transformá-los em fornecedores e coprodutores de notícias; desenvolvimento de relações de interatividade entre produtores e receptores de informações e de programações.

Não podemos nos esquecer ainda do papel da convergência das mídias na educação que, inserida nessa nova ordem, já não pode mais ser pensada como antes.

Embora ainda estejamos longe do modelo ideal de interatividade participativa e crítica, o avanço das tecnologias e a convergência das mídias não só favorecem a superação do conceito de comunicação e educação unilateral e centrada, respectivamente, no emissor, mas também a modificação dos agentes dos processos comunicacional e educacional, propiciando que alunos e professores se tornem produtores ou coprodutores de informações e autores de narrativas que representam seus conhecimentos sobre determinado tema ou problema.

Neste tópico, tratamos da conceituação da convergência das mídias e estabelecemos algumas relações importantes entre o desenvolvimento tecnológico e a vida cotidiana nesse mundo digital. Destacamos a capacidade convergente dos dispositivos digitais e a integração das mídias como um modo dinâmico de atuar frente ao conhecimento, à informação e à comunicação.
A convergência das mídias, emergem a autoria e conteúdos mais criativos, pois de fato, estar em convergência diante das inúmeras funcionalidades possíveis à Internet e aos serviços disponibilizados na web provoca a escrita singular e estimula um ato de escrever em integração com diferentes linguagens, as quais expressam o próprio pensamento e a oportunidade de comunicá-lo aos outros. O leitor de um hipertexto encontra-se diante de um leque de possibilidades informativas, que impulsionam um movimento de interligar informações, navegar e criar novas sequências e rotas singulares interativas, fazendo do leitor-navegante coautor da criação do hipertexto, constituindo-se como leitor imersivo (SANTAELLA, 2004).
A crescente convergência das mídias permite a participação ativa de crianças e jovens como produtores culturais. Para diminuir a distância entre a escola e o cotidiano, é importante partir do conhecimento de mundo dos alunos e do qual faz parte a linguagem das mídias, sua crescente convergência e as possibilidades de protagonismo que oferece.

Grupo: Carla Thomé; Claudia Mendes; Luciana Mazioli; Neila S. Brandão

O que são as Redes Sociais na internet?

Tarefa da semana - 30 junho - 6 julho

As redes sociais na internet tem como objetivo buscar conectar pessoas e proporcionar a comunicação e, portanto, utilizar laços sociais.
Essas redes são as que facilitam a comunicação entre os membros locais, proporcionando meios diferentes e interessantes de interação.
Atualmente, existem vários sites das redes sociais que operam mundialmente. Os sites de redes sociais geralmente funcionam tendo como base os perfis de usuário- uma coleção de fatos sobre o que o usuário gosta, não gosta, seus interesses, hobbies, escolaridade, profissão ou qualquer outra coisa que ele queira compartilhar.
Contatos são contatos estejam eles online ou no mundo real. A velha frase “não é o que você sabe, mas quem você conhece” é verdadeira –quanto mais pessoas você conhecer, melhor. Talvez aquele seu velho amigo do ginásio esteja começando um novo negócio e precisando da sua expertise. Definitivamente conhecimento é poder.

Grupo: Carla Thome / Claudia Mendes / Luciana Mazioli / Neila S. Brandão

Ciberespaço e as possibilidades de novos espaços sociais

Ciberespaço e as possibilidades de novos espaços sociais

Esse fenômeno se deve ao fato de, nos meios de comunicação modernos, haver a possibilidade de pessoas e equipamentos trocarem informações das mais variadas formas sem preocupações.

É importante se fazer uma diferenciação entre Ciberespaço e Internet. A Internet é a infra-estrutura técnica composta de cabos, fios, redes, computadores, etc., e o ciberespaço é a forma de utilizar a infra-estrutura existente.

Como o termo surgiu?
O termo surgiu com o autor de ficção científica, Willian Gibson, em 1984, no livro "Neuromancer". Foi utilizado para designar um ambiente artificial onde dados e relações sociais trafegam indiscriminadamente. Para Gibson, ciberespaço é um espaço não físico no qual uma alucinação consensual pode ser experimentada diariamente pelos usuários.

Para Levy, o ciberespaço é definido como o espaço de comunicação formado pela interconexão mundial dos computadores e das suas memórias. Constituem um espaço virtual de trocas simbólicas entre pessoas. Pode ser entendido como o espaço de troca de informação na cultura contemporânea.

Como pode ser compreendido?
Atualmente o ciberespaço pode ser compreendido a partir de duas perspectivas: a) como a rede, ou seja, como a via expressa de informação através da conexão de computadores em rede; b) como realidad virtual.

No ciberespaço experimentamos inúmeras possibilidades do mundo real.

É um novo espaço de sociabilidade - gera novas formas de relações sociais, com códigos e estruturas próprias.

Implicações na dinâmica da vida social
No ciberespaço o espaço de fluxo realiza um processo de desmaterialização das relações sociais. Isso implica na reconfiguração do conceito de tempo e espaço, visto que, a materialidade social só existe no tempo e no espaço. Em outras épocas, espaço e lugar coincidiam em geral e a vida social realizava-se em interações presentes, face-a-face. O ciberespaço rompe com esse conceito. O tempo é marcado pela presentificação, ou seja, pela interatividade on line.

Outra mudança está associada, em termos geográficos, as fronteiras diluídas mas também novos espaços de sociabilidade promovidos, novos territórios, novas identidades e práticas sociais.




O ciberespaço promove LUGARES e NÃO-LUGARES

•NÃO-LUGARES
-Podem ser definidos como espaços onde não se permanece, mas se estabelece um percurso para se chegar a um destino (browsers e motores de pesquisa) – meios de transporte, aeroportos, etc.
-O endereço do e-mail não corresponde a um local determinado, mas sim a uma chave eletrônica de acesso a alguma caixa de mensagem, localizada em algum computador, em algum ponto da rede.


•LUGARES
-Definem-se no sentido antropológico, em que existe espaço para a relação interpessoal e para a organização social.

Outras mudanças estão associadas novas formas de sociabilidade que é marcada pelo anonimato.

O ciberespaço faz emergir uma sociabilidade que se contrapõe a uma sociabilidade do mundo real.

Além do anonimato busca-se também o desejo de não estar só.
Mary Jane AlvesTavares

O que é Filosofia?

As pessoas tem hobbies diferentes. Colecionam moedas, selos, fazem trabalhos manuais, algumas dedicam seu tempo livre a esportes ou simplesmente se postam diante da televisão...

Há também os que gostam de ler. Mas há também tipos diferentes de leitura: jornais, gibis, romances, livros sobre temas diversos... astronomia... animais... tecnologia... cavalos... pedras preciosas...

Mas será algum assunto que interessa a todos?

Qual a coisa mais importante da sua vida? Se fizermos essa pergunta a uma pessoa de um país assolado pela fome, a resposta será a comida...A quem está morrendo de frio, será o calor...A que está sozinho e isolado, será companhia...

Mas se satisfeitas todas as necessidades, será que resta alguma coisa de que todo mundo precise?

Os filósofos acham que sim...O ser humano não vive apenas de pão. É claro que todo mundo precisa comer...Precisa de amor...de cuidados...

Mas de que todos precisamos, é descobrir quem somos e por que vivemos...

E esse não é um interesse casual, como o de colecionar selos...

Este problema vem sendo discutido pelo homem praticamente desde que passamos a habitar este planeta...saber...como surgiu o universo...a terra...a vida...

A palavra filosofia é grega. É composta de duas outras palavras: philo e sofhia.

Philo deriva de philia, que significa amizade, amor fraterno, respeito entre os iguais.
Sofhia quer dizer sabedoria, amor e respeito pelo saber, desejo de saber.

Assim filosofia indica um estado de espírito, o da pessoa que ama, isto é, que deseja o conhecimento, o estima, procura e respeita.
Neila Santos Brandão

Em torno do termo comunidade social

Em torno do termo comunidade social

Em meio a todo esse alvoroço no ciberespaço, um termo tão consolidado como o de "comunidade" vem sendo discutido e mesmo questionado por alguns teóricos. Alguns reclamam sua falência, com um certo tom nostálgico, lamentando seu desgaste e perda de sentido no mundo atual. Outros apontam para os focos de resistência que comprovariam sua pertinência, mesmo em meio a nossa sociedade capitalista individualizante. Mas há os que acreditam, simplesmente, que o conceito mudou de sentido.
Num livro publicado em 2003, intitulado "Comunidade: a busca por segurança no mundo atual", Zygmunt Bauman, sociólogo reconhecido por seus trabalhos sobre o fenômeno da globalização, procura analisar o que estaria se passando atualmente com a noção de comunidade. É possível perceber uma série de conceitos em jogo no texto do autor: individualismo, liberdade, transitoriedade, cosmopolitismo dos "bem-sucedidos", comunidade estética, segurança. Bauman supõe que haja uma oposição entre liberdade e comunidade. Considerando-se que o termo "comunidade" implique uma "obrigação fraterna de partilhar as vantagens entre seus membros, independente do talento ou importância deles", indivíduos egoístas, que percebem o mundo pela ótica do mérito (os cosmopolitas), não teriam nada a "ganhar com a bem-tecida rede de obrigações comunitárias, e muito que perder se forem capturados por ela" (Baumann, 2003, p.59).
O texto defende a idéia de que, hoje, comunidade e liberdade são conceitos em conflito:
há um preço a pagar pelo privilégio de 'viver em comunidade'. O preço é pago em forma de liberdade, também chamada 'autonomia', 'direito à auto-afirmação' e à 'identidade'. Qualquer que seja a escolha, ganha-se alguma coisa e perde-se outra. Não ter comunidade significa não ter proteção; alcançar a comunidade, se isto ocorrer, poderá em breve significar perder a liberdade. (Baumann, 2003, p.10)
É interessante perceber que a aparente oposição entre liberdade e comunidade que encontramos em Bauman deve-se, de fato, ao sentido que ele atribui à noção de "comunidade":
tecida de compromissos de longo prazo, de direitos inalienáveis e obrigações inabaláveis (...) E os compromissos que tornariam ética a comunidade seriam do tipo do 'compartilhamento fraterno', reafirmando o direito de todos a um seguro comunitário contra os erros e desventuras que são os riscos inseparáveis da vida individual. (Baumann, 2003, p.57)
Como é possível notar, para o autor a vida individual está envolta em riscos, e querer viver em liberdade deve significar viver sem segurança. Já a comunidade, o lugar da segurança, remete-nos ao sentido mais tradicional que conhecemos, em que os laços por proximidade local, parentesco, solidariedade de vizinhanças seriam a base dos relacionamentos consistentes.
Barry Wellman & Stephen Berkowitz (1988) fazem uma análise bem mais complexa do conceito de comunidade, e que nos traz elementos para pensarmos diferentemente esse problema. Eles partem do princípio de que estamos associados em redes, mas por meio de comunidades pessoais. "Enquanto a maioria das pessoas sabe que elas próprias possuem laços comunitários abundantes e úteis", dizem,
elas com freqüência acreditam que muitas outras não os têm. Como evidência, invocam imagens comuns de massas de indivíduos se empurrando e se acotovelando no caminho em ruas abarrotadas, pessoas solitárias sentadas diante da televisão, hordas caminhando nas ruas em manifestações ou fileiras de empregados diante de suas máquinas ou computadores. (Wellman & Berkowitz, 1988, p.123)
Isto significa que cada um de nós possui uma visão clara da rede de relacionamentos à qual pertence, mas não é possível perceber facilmente a rede à qual os outros pertencem. Isso inclui não apenas aqueles que não conhecemos, mas também os que fazem parte de nossas relações. Pessoas que conhecemos e com quem temos laços fracos, como afirma Granovetter (1974), possuem muito provavelmente laços fortes com uma rede outra que desconhecemos.
Wellman & Berkowitz (1988, p.124) lembram que, até 1960,
muitos sociólogos compartilhavam essa crença popular no desaparecimento da "comunidade" em grandes cidades e gastaram uma grande quantidade de energia tentando explicar porque isso teria ocorrido. Muito dos seus esforços centraram-se no aparente cataclisma das mudanças associadas com a revolução industrial dos últimos dois séculos.
Essa revolução teria conduzido, por exemplo, às novas formas de exploração, à ausência de laços comunitários e à emergência de novas formas de patologia social, bem como à perda da identidade pessoal.
Wellman & Berkowitz (1988) afirmam que várias análises recentes sofrem de uma "síndrome pastoral", que compara nostalgicamente as comunidades contemporâneas com os supostos velhos bons tempos. É assim que sociólogos urbanos dizem que o tamanho, a densidade e heterogeneidade das cidades contemporâneas têm alimentado laços superficiais, transitórios, especializados e desconectados nas vizinhanças e ruas. Com isso, os laços de família extensos têm se esvaziado e deixado os indivíduos sozinhos com seus próprios recursos, além de poucos amigos, transitórios e incertos. Como conseqüência, indivíduos solitários sofrerão mais seriamente de doenças devido à ausência de suporte social de amigos e parentes. Mas os autores perguntam-se: essas coisas de fato se desfizeram? Será mesmo que os laços interpessoais são agora provavelmente em número menor, curtos em duração e especializados em conteúdo? As redes pessoais estariam se esgotando tanto assim que os poucos laços restantes serviriam apenas de base para relações desconectadas entre duas pessoas, no lugar de servirem como fundação para comunidades mais extensas e integradas?
Novas técnicas de coleta de dados mais sistemáticas, desenvolvidas desde os anos de 1950, mostraram que as comunidades contemporâneas não estavam tão mortas quanto se pensava. Por outro lado, e igualmente importante, pesquisadores começaram a demonstrar que as comunidades pré-industriais não eram tão solidárias quanto se acreditava. Analisando-se sociedades de países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos, constata-se que muitas localidades não possuem comunidades de suporte, redes sociais ou laços de parentesco consistentes. Para Wellman & Berkowitz (1988), esses estudos mostram que
as relações dentro dessas sociedades pré-industriais são em geral hierárquicas, com laços de exploração especializados, com uma profunda divisão separando facções. Além disso, historiadores têm sistematicamente usado fontes demográficas e de arquivo para demonstrar que muitas comunidades pré-revolução industrial eram menos solidárias do que se pensava. (p.125)
Ou seja, se respeitarmos o conceito tradicional de comunidade, elas nem estariam completamente condenadas nas sociedades industriais, e tampouco seriam encontradas em abundância nas sociedades pré-industriais. O que os recentes analistas de redes apontam é para a necessidade de uma mudança no modo como se compreende o conceito de comunidade: novas formas de comunidade surgiram, o que tornou mais complexa nossa relação com as antigas formas. De fato, se focarmos diretamente os laços sociais e sistemas informais de troca de recursos, ao invés de focarmos as pessoas vivendo em vizinhanças e pequenas cidades, teremos uma imagem das relações interpessoais bem diferente daquela com a qual nos habituamos. Isso nos remete a uma transmutação do conceito de "comunidade" em "rede social". Se solidariedade, vizinhança e parentesco eram aspectos predominantes quando se procurava definir uma comunidade, hoje eles são apenas alguns dentre os muitos padrões possíveis das redes sociais. Atualmente, o que os analistas estruturais procuram avaliar são as formas nas quais padrões estruturais alternativos afetam o fluxo de recursos entre os membros de uma rede social. Estamos diante de novas formas de associação, imersos numa complexidade chamada rede social, com muitas dimensões, e que mobiliza o fluxo de recursos entre inúmeros indivíduos distribuídos segundo padrões variáveis. Mary Jane Alves Tavares

quinta-feira, 8 de julho de 2010

As Paixões por São Tomás de Aquino

As Paixões por São Tomás de Aquino

Para São Tomás de Aquino, as paixões são aquelas da alma, são sofridas e vividas pelo homem. Define paixão tudo que o sujeito recebe do exterior, e que sobrevém e o modifica: sentir, compreender. No plano da afetividade, tudo que o sujeito recebe do exterior e faz com que ele sofra uma mudança em função da atração que o objeto exerce sobre ele, quer o aceite ou o recuse. Ele considera por paixão tudo que chamamos de afetividade, carência e desejo, e que distingue da percepção sensível e da inteligência. Na paixão o paciente é atraído para aquilo que é próprio do agente. A alma é mais atraída pela potência apetitiva do que pela apreensiva, pois a apetitiva coloca as coisas em relação tais como são, e a apreensiva não é atraída para as coisas em si mesmas e sim pela sua intenção. Existe paixão onde há transmutação do corpo que se encontra nos atos do apetite sensível. Já no ato do apetite intelectivo não ocorre nenhuma transmutação no corpo. Com isso, podemos perceber que a paixão está mais presente no apetite sensitivo do que no intelectivo. São Tomás distingue duas potências da afetividade sensível a concupiscível e irascível. As duas têm como objetivo se aproximar do bem e afastar-se do mal, entretanto, as irascíveis possuem um maior grau de dificuldade na apreensão do bem e na evitação do mal. São Tomás considera a existência de onze paixões, seis concupiscíveis e cinco irascíveis. Nas paixões há duas contrariedades, a primeira com relação ao objeto, que é do bem e do mal; e a segunda é com relação ao afastamento ou a aproximação do mesmo. Nas paixões do concupiscível se encontra a primeira contrariedade, e na do irascível encontra-se as duas contrariedades. Dessa forma ficam claros os três pares de paixões do concupiscível: amor e ódio, desejo e fuga (aversão), alegria e tristeza. E os pares do irascível: esperança e desespero, audácia e temor, e a ira, que não possui nenhuma outra paixão, se opõe.
A ordem das paixões segundo a geração começa pelo amor e o ódio, depois o desejo e a fuga, depois a esperança e o desespero, logo o temor e a audácia, em seguida a ira, e enfim a alegria e a tristeza, pois são elas que completam ou terminam de modo absoluto todas as paixões.
Para São Tomás de Aquino o amor é algo próprio do apetite, isso deve-se porque ambos tem o bem como objeto. Ele distingue três tipos de apetites humanos: “natural” (escapam da influência da razão), “sensível” (que é despertado pela percepção dos sentidos), e existe um apetite conseqüente à apreensão do que apetece, por juízo livre, e tal é o apetite racional ou intelectivo, e este se chama vontade. Há quatro palavras que se referem, de certo, a mesma coisa: amor, dileção, caridade e amizade. Diferem, contudo, em que a amizade é “quase um hábito”, enquanto que o amor e a dileção se fazem compreender a modo de ato ou paixão, ao passo que caridade pode ser entendida de ambos os modos. Elas enfim, exprimem o ato de diversas maneiras, a mais geral delas é o amor, pois toda dileção ou caridade é amor, mas não inversamente. A dileção acrescenta ao amor uma eleição precedente. Por isso, a dileção não está no concupiscível, mas somente na vontade, e apenas na natureza racional. A caridade, por sua vez, acrescenta ao amor certa perfeição, na medida em que se tem grande apreço por aquilo que se ama. Assim, nota-se que a dileção é a forma de amor mais qualificada, pois é precedida por uma escolha, e a caridade refere-se à atração, ou ainda ao apelo, ao convite, enfim, a influência do amor e da caridade se exerce na forma de um treinamento dinâmico.
Não existe nenhuma outra paixão da alma que não pressuponha algum amor. A razão disto é que qualquer outra paixão implica em movimento ou descanso em relação a alguma coisa. Ora, todo movimento ou repouso procede de certa conaturalidade ou adequação, que pertence á razão do amor. Para Sto. Tomás de Aquino, o ciúme é sim efeito do amor. Para ele, qualquer que seja o sentido do ciúme, provém da intensidade do amor, onde o amor intenso procura excluir tudo o que lhe é contrário. Logo, tudo que age, só age porque ama.
São Tomás de Aquino descreve que o mal é objeto do ódio. O ódio é causado pelo amor, porque é necessário que o amor seja anterior ao ódio, e que só se odeie o que é contrário ao bem conveniente que se ama. Assim, não se pode dizer de maneira alguma que o ódio é mais forte que o amor, pois é impossível que o efeito seja mais forte que a causa. Não obstante, ás vezes, o ódio parece mais forte que o amor por duas razões. Primeiro, porque o ódio é mais sensível que o amor; segundo, porque não se compara o ódio ao amor que lhe corresponde. Nota-se também que é impossível alguém poder odiar a si mesmo. Porque de fato, cada um deseja naturalmente o bem, e ninguém pode desejar algo para si senão sob a razão do bem, pois “o mal é contrário à vontade”.
São Tomás de Aquino caracteriza que o movimento apetite sensitivo se chama propriamente paixão. E toda afeição que procede de uma apreensão sensível é movimento do apetite sensitivo. Implicando-se necessariamente ao prazer; conseqüentemente o prazer é paixão. Pode-se dizer que a alegria é uma espécie de prazer, pois, tudo o que desejamos segundo a natureza, podemos também desejá-lo com o prazer da razão; mas o contrário não é verdadeiro. Assim, tudo que é objeto de prazer pode também ser objeto de alegria para os que são dotados de razão. Por isso, é claro, que o prazer tem mais amplitude que a alegria. O prazer tem por causa a união com o bem conveniente, união sentida ou conhecida. Nas ações da alma, sobretudo da alma sensitiva e intelectiva, deve-se considerar que por não passarem para uma matéria exterior, essas operações são atos e perfeições daquele que age: a saber, conhecer, sentir, querer, etc. as ações que passam para uma matéria exterior são antes atos e perfeições da matéria transformada: pois o movimento é do móvel pelo movente.
A tristeza pode-se considerar-se de dois modos: segundo existe em ato, ou segundo existe na memória. E de ambos os modos, a tristeza pode ser causa de prazer. Com efeito, a tristeza existente em ato é causa de prazer enquanto faz lembrar a coisa amada cuja ausência entristece. Quanto à memória da tristeza, ela é também causa de prazer pela liberação subseqüente, porque carecer de um mal é entendido como um bem: assim, saber que se liberou de coisas tristes e dolorosas aumenta no homem os motivos de alegria. Tristeza é uma espécie de dor, como alegria uma espécie de prazer, conclui-se que a dor e o prazer são contrários. A dor sensível leva para si fortemente a atenção da alma, também é evidente que para aprender algo novo se exige esforço com grande atenção; por isso, se a dor for intensa, o homem é impedido de poder aprender. Contudo, a dor atrai mais atenção da alma que o prazer.
Por isso, se a dor interior, for muito intensa, atrai de tal modo a atenção que pode impedir que se aprenda algo de novo. São Tomás de Aquino afirma que a tristeza impede qualquer ação, porque nunca fazemos tão bem o que fazemos com tristeza, como o que fazemos com prazer, ou sem tristeza. A razão disso é que a vontade é causa da ação humana, e assim se a ação versa sobre algo que entristece, é necessário que a ação se enfraqueça. A tristeza, às vezes, faz perder o uso da razão, como se vê naqueles que, por causa da dor, caem na melancolia ou na loucura.
Em relação a esperança, São Tómas de Aquino diz que é anterior ao desespero, pois a esperança é o movimento de para o bem, e o desespero por outro lado é o afastamento do bem. A causa do desespero é quando o bem desejado fica fora de alcance. Quando o objeto se torna impossível de ser obtido, ele passa a ser repulsivo. O desespero é contrário à esperança apenas pela contrariedade da aproximação e do afastamento. O desespero não visa o mal pela razão do mal, mas por acidente, às vezes, visa o mal pela impossibilidade de alcançar o bem. O desespero não implica só a privação da esperança, mas um afastamento da coisa desejada, por conta da impossibilidade de alcançá-lo. O desespero e a esperança pressupõem do desejo, não há esperança nem desespero do que não é objeto do nosso desejo. Por isso os dois se referem ao bem, que é o objeto do nosso desejo. O desespero é conseqüência do temor, pois alguém desespera porque teme a dificuldade a respeito do bem a esperar.
O temor se refere ao mal, implica também na relação que o mal vence de algum modo o bem. O temor é o mal futuro difícil ao qual não se pode resistir. Ele nasce da fuga do mal, como a fuga pertence ao mal o temor também visa ao mal. Entretanto ele pode visar, quando o mal está primando o bem ou quando o mal que está fugindo do mal por ser mal. Como o temor provém da imaginação que o entristece. Assim temor é um mal futuro árduo e não se pode ser evitado facilmente. O temor em parte precede a nossa vontade. Existem vários tipos de temores, como a angústia, a vergonha, a infâmia e etc. O amor pode ser a causa do temor, quando por amar certo bem, e há um mal que priva esse bem, teme-se como a um mal.
A audácia é contraria ao temor, pois a audácia afronta o perigo, porque acredita na sua vitória. Ele é conseqüência da esperança, pelo fato de que alguém espera triunfar de um mal terrível iminente, por isso o afronta audazmente. Ela se segue à esperança e se opõe ao temor, então tudo que causa a esperança ou exclui o temor é causa da audácia. O objeto da audácia é formado por bem e mal; e o movimento da audácia para o mal pressupõe o movimento da esperança para o bem. Quando maior é o perigo, maior se julgará a audácia.
Em relação a esperança, São Tómas de Aquino diz que é anterior ao desespero, pois a esperança é o movimento para o bem, e o desespero por outro lado, é o afastamento do bem. A causa do desespero é quando o bem desejado fica fora de alcance. Quando o objeto se torna impossível de ser obtido, ele passa a ser repulsivo. O desespero é contrário à esperança apenas pela contrariedade da aproximação e do afastamento. O desespero não visa o mal pela razão do mal, mas por acidente, às vezes, visa o mal pela impossibilidade de alcançar o bem. O desespero não implica só a privação da esperança, mas um afastamento da coisa desejada, por conta da impossibilidade de alcançá-lo. O desespero e a esperança pressupõem do desejo, não há esperança nem desespero do que não é objeto do nosso desejo. Por isso os dois se referem ao bem, que é o objeto do nosso desejo. O desespero é conseqüência do temor, pois alguém desespera porque teme a dificuldade a respeito do bem a esperar. São Tomás considera que a esperança é uma necessidade vital do homem. Os jovens pela falta de experiências de vida têm mais esperança que os mais velhos. Considera-se que a velhice enfraquece a esperança. A esperança tanto pode ser a causa do amor, como o amor pode ser a causa da esperança. Pois o ser amado faz que nele esperemos, mas é a esperança que nele depositamos que faz que o amemos. A esperança intensifica a ação por dois motivos, o primeiro por ser um bem árduo tem que haver um esforço, uma excitação sempre para que continue havendo esperança, e a segunda é que a esperança causa prazer e esse prazer favorece a ação.
Sobre a ira, o que é especifico da ira é que ela surge a partir de uma tristeza sofrida e do desejo e da esperança da vingança, por isso se diz que ela é causada por muitas paixões. Não possui nem uma paixão que seja contraria a ela. A ira tende tanto para o bem como para o mal, pois há a vingança, que deseja e espera como se fosse um bem, e por isso tem prazer de vingança; e há a pessoa que procura se vingar, como se fosse contrária e nociva, o que a faz pertencer à razão do mal. A ira visa sempre dois objetos, ao contrario de muitas outras paixões que visam um único objeto. A ira acompanha a razão, pois a existência da ira esta por conta de uma injustiça cometida e para que a pessoa tenha consciência dessa injustiça precisa haver razão. É uma paixão que muitas vezes é transmitida de pais para filhos. Para São Tomás de Aquino a ira só deseja um mal, pois ela tem uma vingança, mas como a vingança pode ser um ato de justiça, a ira pode ser considerada moralmente boa.